Mãos criminosas, não aquelas que fazem a guerra mas aquelas que a guerra mandam fazer.
Por entre as folhas baleadas
Vi uma aldeia a arder
Vi crianças desesperadas
A ver suas mães morrrer
Seus olhos chorosos pediam auxílio
Mas eu as não podia ajudar...
Por favor, criança, desculpa-me
Mas fui treinado para matar!
Eu não quero, eu não posso!!
Não me quero mais lembrar
Que um dia fiz parte destas chacinas,
Que um dia cheguei a matar!!
Vivo em guerra desde que vim,
Não me consigo esquecer
Do que fui, do que éramos,
Do que víamos e éramos obrigados a ver!
Ultramar, esses amargos tempos
Dos quais me gostaria de desligar.
Se eu pudesse, pelo menos, esquecer
Que um dia fui obrigado a matar!!
2 comentários:
Caro Ferreira
Há tempos que acompanho o seu blogue, embora clandestinamente.
hoje tenho que o felicitar por este excelente poema, a seguir a muitos outros de igual modo excelentes.
Cumprimentos
R.Manuel
Caro Rui Manuel
Obrigado pelas suas palavras. Aqui não precisa de papéis, pode voltar quando quiser!
Saudações cordiais
Ferreira
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