09/09/2010

Da igreja quase adormecida

Da igreja quase adormecida
Chora em vão o sino dolente
Uma lágrima (quase) esquecida
De um sentir diferente

Diferente sentir, saudade,
Memórias vagas de um lugar
Onde antes havia eternidade
Há hoje um sítio p’ra estar

Dos rogos de outrora só o vento
Murmura ainda frente ao altar
Que em tons de rude cinzento
Resiste ao tempo e teima em ficar.

Nem viv’alma. No adro em frente
Só os carvalhos, solitariamente quedos
Se fazem um pouco da gente
Que se ergue e enfrenta os seus medos.

Nas traseiras deste lado algum
Resta a memória plantada
Do que foi a vida de cada um
E que é agora terra, pó e nada.

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