Lua nova

Encontrei abrigo sob um velho telheiro esventrado. Está a chover. Por entre as nuvens, é noite e caem estrelas como pingos que se esvaem na terra negra... Gosto de caminhar na escuridão, quando o silêncio é mais vago  e o pensamento mais forte. Sento-me num canto ainda seco e acendo um cigarro para me ajudar a passar o tempo. A seguir à decisão, a dúvida. Tantas perguntas com menos respostas do que eu posso dar... Este não é ainda o meu lugar. À medida que se me acalmam os pensamentos, também as nuvens abrem caminho para o minguante.
Até onde vai esta estrada? - pergunto-me em voz alta, como se fosse outro a fazê-lo. Conheço a resposta. 

Está na hora de seguir.

O dia em que o meu país parou.

Mais palavras para quê?

Decisões e Argumentos

A última noite foi longa. Demasiado longa.
Aproveitando o caminho que levava, apeei-me por momentos das memórias para cumprimentar a cidade do tradicional barro preto, Vila Real.
Sentado defronte para os Paços do Concelho, regressei por momentos aos meus botões...
Quem diria que em tantos lugares de que não se fala se reúna tanto da nossa história comum. Ninguém se importa? Talvez. Camilo, sim.
...Os argumentos movem o mundo das decisões. Como num jogo de póquer, ou ganha quem apresenta a melhor mão ou quem faz bluff sem ser apanhado... Sigo para ver a Mão do Homem.