Estado d’Alma - Lado A
I
Abomino as drogas e a dependência
De algo que não me dá plena satisfação.
A mente, por ser livre na sua essência,
Não deveria depender do coração.
II
Quer de coração ou de mente
Sou viciado na companhia
Da pouca, mas boa, gente
Que me dá alguma alegria.
III
Continuo fraco mas sigo viagem,
A estrada da vida é o meu caminho.
Aqui serei o mesmo à minha imagem,
Um guerreiro que luta sozinho
Contra os moinhos de vento!
“Ahh, D. Quixote! Olha a estrada!
Sim, lembra sempre o momento,
Mas cuida da tua montada!”
Vais a pé se ela foge,
Não te podes deixar dormir!
Pensa bem, que dia é hoje?
Quixote? Estás-me a ouvir?
O cansaço é bera e quanto a mim
Resta-me apenas deixá-lo descansar...
Creio que o meio justifica o fim
Porque a estrada ainda vai a começar.
Momento único
Cai a noite e adormeço.
Despede-me o dia e a hora.
Estou triste, perdido, confesso
Mas a vida, veja-se, é lá fora!
Ante “a vasta barataria do mundo”
Entrego a minh’alma ao momento...
Desgasta-me um sentimento profundo-
- é este amor que eu não aguento!
Eu, tal Quixote errante nessa estrada,
Vejo que aos olhos da noite desfaleço,
Ainda é longa a minha caminhada
E este fim que antevejo é só o começo...
Até amanhã!
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