11/12/2010

Três Anos Para a Mudança

Continua a ser interessante acompanhar os relatos dos mais variados intervenientes no processo de redução da criminalidade que começou há algumas semanas na cidade do Rio de Janeiro.


Militares vão continuar no Complexo do Alemão
imagem "empresta-dada" do Público Online
Não esqueçamos que o Mundial está aí já em 2014 e depois chegam os Jogos Olímpicos em 2016. 


Noutras palavras, o Brasil - um pais com quase 191 milhões de habitantes recenseados tem agora apenas três anos para mudar várias estruturas e para se preparar em todas as frentes com vista a estes eventos. 


O que para nós é tempo bastante e suficiente, do ponto de vista da organização este período representará pouco mais que breves segundos  para remendar todos os "buracos na estrada". Pelo menos nos dias de hoje parece haver finalmente vontade e meios para corrigir determinados vícios desde há muito estabelecidos.


Irão também ser três anos de mudança contínua, uma oportunidade única de ver um país e uma sociedade em mutação constante, de perceber como e para onde irão evoluir. E quando chegar a altura do Mundial de 2014, será curioso observar até que ponto todos os esforços e investimentos que estão a ser feitos no Rio de Janeiro e também por todo o Brasil actual irão colher frutos. 



Hoje no Público On-line foi publicada mais uma crónica de Alexandra Lucas Coelho, desta vez com uma entrevista ao número um da polícia do Rio de Janeiro, Allan Turnowski.     

A dada altura da entrevista, Allan Turnowski aborda a diferença entre a aproximação que era feita no passado e aquela que se procura fazer agora, apontando finalmente alguns resultados:  

(...) "Houve uma mudança de estratégia nos últimos anos? Até aí a polícia entrava, matava e saía.


É dessa mudança que estou falando. Em 2007 nós matámos dez traficantes lá no Alemão. Agora não matámos ninguém e o prejuízo deles é muito maior. Acabou, não têm como refazer o dinheiro para comprar o que perderam. "


(...) "E o facto do governador ter conseguido os blindados para a protecção dos policiais fez com que eles não se sentissem mais um número. Quando você consegue veículo blindado da Marinha, óculos de protecção nocturna, armamento que o Estado comprou nesses últimos anos, o policial se sente valorizado pelo próprio governador."



Ler sobre o que se passa naquele país poderá até nem interessar ao leitor, no entanto, deixo uma dica: continuem a seguir as crónicas, continuem a ler sobre esta temática. Não. Não se trata de eu ser ou não "pró" ou "contra" o Brasil. É, sim, sobre o facto de se poder observar regularmente e em continuação a evolução dos indivíduos e da sociedade, comparando-o com o pouco que hoje nos é dado a conhecer, estabelecer paralelos e conseguir a partir daí ter uma visão mais crítica e mais próxima dessa realidade.




Ferreira

2 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

Excelente, caro Ferreira :)
Obrigado.
Abraço.

Ferreira, M.S. disse...

Cara Ana Paula Fitas,
Obrigado a si também pela visita! É sempre um prazer recebê-la por cá.
Um Abraço

Ferreira