20/12/2010

Liberdade de Informação


O jornal Público publicou um artigo que expõe o caso da Jornalista são-tomense  Conceição Lima, que foi informada do cancelamento por ordem do primeiro ministro do seu programa televisivo "Em Directo". Noutras palavras, trata-se de um extremo ataque à liberdade de informação naquele país. Ora veio-me, pois, à cabeça um outro caso em Portugal, o qual gerou bastante polémica por ter levado ao cancelamento de um determinado formato considerado informativo (leia-se o último parágrafo).

Sem querer "desenterrar o morto" ou "procurar o criminoso", acho que a diferença é que a jornalista portuguesa por acaso não estudou jornalismo em Portugal, nem chegou a tirar uma licenciatura pelo King's College de Londres (se é que chegou mesmo a tirar o que quer que fosse como curso), não teve 20 anos de experiência na BBC nem publicou dois livros. Por seu turno, a jornalista são-tomense, não revelando dotes musicais, conseguiu mesmo assim fundar um semanário independente e tornar-se uma referência da poesia africana. À ultima, desconheço-lhe supostas ligações directas à política, a partidos políticos ou a grupos económicos supostamente ligados a um partido com grande representação popular. Em suma, é difícil não encontrar os gatos escondidos com o rabo de fora... 

Este é mais um caso que surge neste período interessante que estamos a viver, já que os temas "Liberdade de Expressão" e o "Direito à informação" estão na ordem do dia. 


Depois de o sítio Wikileaks divulgar documentos de natureza confidencial relativos à guerra no Afeganistão e, mais recentemente, às mensagens expedidas pelas várias embaixadas americanas já muito se disse e escreveu sobre ética, sobre o valor dessa informação ou sobre o direito de cada cidadão do planeta saber das aventuras e desventuras que os representantes diplomáticos americanos experenciaram junto dos seus interlocutores nacionais. Mas a questão fundamental é até que ponto a divulgação de tais documentos poderá contribuir para uma diplomacia mais aberta e para que os processos políticos sejam mais transparentes?

O tema dá pano para mangas e é melhor esperar pelos próximos episódios!

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