09/12/2010

Muito vai mal neste país.

O Público Online publica um artigo que refere que: "Na última década foram aplicadas 50 penas de prisão efectiva aos 549 condenados por crimes de corrupção nos tribunais de primeira instância.  (...) ...não permitem perceber se os arguidos chegaram a cumprir alguma pena, já que normalmente recorrem para os tribunais superiores que, por vezes, alteram a decisão. Mas permitem concluir que a grande maioria das condenações é de pena suspensa".

Ainda no Público, no caderno de Economia, outro artigo informa que: Governo admite reduzir indemnizações pagas pelas empresas em caso de despedimento e o Diário de Notícias escreve "Governo aposta em despedimentos mais baratos". A ser verdade, isso provoca-me arrepios. Faz-me pensar em quem sairá beneficiado desses negócios, imaginando eu que não seja o trabalhador: fica sem trabalho e sem dinheiro!  Não será o papel do Estado proteger os seus cidadãos? Então que outras ferramentas serão criadas para garantir apoio aos futuros desempregados tesos deste país?  

Ainda no Diário de Notícias On-line pode-se ler que os "Portugueses elegem classe política como a mais corrupta". É só uma sondagem e, por isso mesmo, o seu valor é apenas baseado em opiniões e não em factos.  esta é uma maneira muito generalista de ver as coisas. E discriminatória também. O que dirão as outras classes profissionais? Porque é que os políticos são e nós não, dirão eles.

A verdade é que afinal até da Europa chegam notícias sobre a falta de clareza das contas dos partidos, como escreve o Público On-line em Relatório do Greco sobre financiamento que diz:  
"A conclusão que a instituição tira é de que os partidos portugueses escondem as suas contas." Mas a comédia assume maior amplitude no último parágrafo: "Os recursos disponibilizados aos órgãos de fiscalização são também criticados. Em relação ao TC, por lhe terem sido conferidas mais responsabilidades para depois "apenas escassos recursos adicionais lhe terem sido providenciado". Assinala mesmo o facto de a Entidade das Contas ser "apenas composta por três pessoas (um dos quais um contabilista em part-time)"."

A juntar a isto, temos uma capa muito sugestiva no SOL: Austeridade? 1Km de estrada em Braga vai custar 8 milhões... RAVE não tem ordem para parar o TGV... Açores fogem a cortar 5% aos funcionários... PT pagou 1,5 milhões a Rui Pedro Soares em 2009... Granadeiro evita divulgar auditoria interna...

Claro que isto é tudo novo, mas eu não esqueço: então e os blindados para a Cimeira da Nato comprados por ajuste directo no valor de 1,2 Milhões de Euros a escassos dias do início do evento. Não se tiram consequências deste caso em tempo de crise?  E o que dizer da Carris que aqui há coisa de cinco meses andava a mendigar por tostões - a bem dizer se fosse uma empresa completamente privada a esta hora já devia estar insolvente.... Que vergonha!  Mas também há outros casos que, por envolverem quantias muito menores, não deixam de demonstrar uma incompetência de gestão dos dinheiros públicos!  

E eu, Ferreira que sou, pergunto-me - para quando a criminalização da má gestão dos dinheiros públicos? 

Tudo acontece no país com um dos rácios mais elevado de juízes por habitante na Europa, vejam, com uma população de cerca de 10,5 milhões de Habitantes, em Portugal esse valor é de 18 quando na Alemanha, que tem cerca de 82 milhões de habitantes, esse valor é de 9,1 - METADE!!! 

Bom, é o país que temos - que muitos de nós não merecemos... Mas, para dizer a verdade, o que me deixa mesmo triste, depois de tantos anos de companhia é mesmo O fim da linha para Triste, Tortas, Trocas-te, Acabado e Troca os Passos

Ferreira



4 comentários:

folha seca disse...

Caro Ferreira
Antes de mais um agradecimento pelas visitas à minha velha/nova casa. é sempre bom receber a visita dos amigos, mesmo quando mudamos de sítio.

Dos vários temas que aborda neste seu post, apetece-me juntar a minha à sua voz, na pergunta: "para quando a criminalização da má gestão dos dinheiros públicos?" é de facto um regabofe, que já não vamos ser só nós a pagar, vamos deixar para as gerações vindouras uma conta extremamente elevada.
Não parece, mas podemos sempre fazer qualquer coisa, pelo menos para denunciar.
Abraço

Ferreira, M.S. disse...

Obrigado pelo comentário. De facto estamos a deixar uma pesada herança aos nossos netos. É triste.

Flor de Jasmim disse...

Caro Ferreira
Apetece-me dizer tanta coisa, mas penso que o Amigo já disse tudo. Acrescento apenas "a mim ninguém me cala.

Abraço

Ferreira, M.S. disse...

Cara Flor de Jasmim,
eu não disse tudo. Aqui só deu para colocar uma parte daquilo que li hoje nos jornais digitais.

Não falei por exemplo da questão da economia paralela que retira aos cofres do estado 24,1% do valor do PIB porque isso iria dar pano para mangas.

Obrigado por passar por cá.
Uma boa noite

Ferreira