22/12/2010

Ele há coisas que uma pessoa lê!

Por exemplo: o DN faz notícia que o director da PSP apresenta queixa contra oficiais da GNR por causa da compra dos blindados que deveriam ter chegado a tempo da Cimeira da Nato (só foram entregues quase dois meses depois, mas isso são favas). A razão é que aparentemente os Agentes da Autoridade da PSP sentiram-se insultados pelo comunicado divulgado pelos Militares da GNR contendo algumas críticas relativas ao custo e ao modelo dos veículos adquiridos. 
Mas pronto, ainda bem que os blindados já foram entregues! É que vai ser preciso estarmos bem equipados, agora que vai estalar a guerra entre a PSP e a GNR! 




O Expresso publica um artigo de opinião sobre o dr. Aníbal Cavaco Silva assinado por Henrique Raposo expondo a triste figura política do actual PR ao aprovar a nova lei de Financiamento dos Partidos. 
Ainda bem que toda a gente sabe que a actual lei está "cheia de alçapões, que torna o dinheiro dos partidos menos transparente";" e que por isso impossibilita a fiscalização por parte da entidade de contas.  
É que a partir do momento em que todos sabemos, tornamo-nos todos cúmplices passivos pela permissão de um tal roubo aos contribuintes! 
E, não se esqueçam,  todos nós de alguma forma iremos deixar de gozar desse dinheiro porque passará a estar do lado de lá em vez de estar a apoiar quem precisa... OK, está bem, os diversos Partidos também precisam - afinal se só podem viver da beneficência legalmente comprovada através de recibo, como é que conseguem pagar as extravagâncias? 


Há cerca de dois dias ficámos a saber que o Estado se prepara para injectar mais 500 milhões de Euros no BPN... Eu pensava que a telenovela já tinha acabado mas afinal tenho vindo a imaginar coisas... afinal o BPN não existe! E eu que até achei o Ministro Teixeira dos Santos merecedor da distinção do Jornal de Negócios que o elege como a personalidade do ano 2010 no plano da Economia! (pelo menos consegue fazer contas de sumir)


Outra coisa que tem vindo a ser badalada até à data é a notícia das 50 medidas do Governo para combater a "crise". Tenho a dizer que é de louvar que haja vontade em criar um conjunto de objectivos específicos a atingir. No entanto há medidas que - na minha perspectiva - por se tratarem de linhas muito generalizadas, deixam dúvidas quanto ao seu objectivo.   



"b) Estimular a criação de emprego através da instituição de um novo modelo de compensação em caso de cessação do contrato de trabalho, tendo em vista a redução do risco de custos de reestruturação empresarial, sem alteração do conceito de justa causa de despedimento individual, através das seguintes medidas, a aprovar através de uma iniciativa legislativa até final do 1.º trimestre de 2011:
i) Promover a criação de um mecanismo de financiamento, de base empresarial, destinado a garantir o pagamento parcial das compensações ao trabalhador por cessação do contrato de trabalho, estabelecendo que este mecanismo de financiamento se aplica aos contratos a celebrar após a data da sua entrada em vigor;
ii) Estabelecer a imposição de limites aos valores da compensação e indemnização devidas ao trabalhador em caso de cessação do contrato de trabalho, aplicável aos contratos a celebrar após a data da sua entrada em vigor."
Numa altura em que o há falta de tudo - capitais, investimento, emprego, [educação de e com qualidade], dinheiro para comer, até que ponto é que estas medidas vão des/equilibrar o Estado Providência? Até que ponto será o Estado Providência capaz de continuar a defender os interesses dos cidadãos sem se tornar discriminatório? Tenho pena por não poder ver estas dúvidas esclarecidas. 

 Eu lembro-me que, quando se discutiu a proposta de Orçamento de Estado para 2011, Passos Coelho andou a fazer publicidade na imprensa internacional sobre as suas propostas enquanto potencial futuro primeiro ministro. Em especial, havia uma que dizia respeito a tornar o tecido empresarial português mais competitivo aligeirando as regras para o despedimento colectivo. 
A mim, outsider e leigo nas matérias, resta-me apenas a chamada "teoria da conspiração" ou seja, uma historieta plena de fantasia e ares de adivinhação que nada têm de real. Ora aí vai: fica-me a dúvida se não terão algumas destas medidas resultado de propostas camufladas vindas do outro lado da bancada e sido o preço a pagar pela aprovação da proposta do Governo para o Orçamento de Estado de 2011 pelo PSD. Eu sei, eu sei... é apenas mais uma patetice minha, mas pronto - tenho destas coisas!


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