Observo o regato rente ao leito, sentado,
fluindo lento num tempo que demora um segundo,
E vejo-me por um instante igual ao do outro lado
mais próximo do sonho, mas tão longe do mundo
procuro agarrar-me a esse reflexo cansado
a essa imagem branda que me fita de frente
mas foge-me um esgar, um silêncio inacabado
que ao dizer tudo, cala um soluço impaciente
Escapa-me um ai que procuro esconder
um desabafo que não queria desvendar
ò nostalgia, o quanto me fazes sofrer
por ter sonhado viver sem lá estar
Afinal de contas esse regato sadio
ainda vai correndo rente ao leito parado
o outro eu que descobri estava vazio
este outro, vim a ver, estava fechado.
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