03/10/2010

O Desafio dos Outros

Porque hoje me apeteceu partilhar a minha opinião partindo dos posts de outros blogues:

      No seu texto "O outro desafio" ,Vital Moreira aponta alguns dos defeitos que estão a fazer definhar a Economia portuguesa quer a nível interno quer a nível externo, em especial a fraca competitividade e o deficitário crescimento económico. Deixa, ainda, vários indicadores que poderão contribuir para a retoma e para o crescimento económico. Gostei do que li por ser simples e deixar anotados possíveis caminhos gerais que poderão servir para solucionar o problema. No entanto, apontar o dedo à competitividade é pouco e não resolve porque ficam por resolver os vícios estruturais do Estado.
      Afinal, pergunto, quem é que irá sentar-se a discutir estas e outras soluções, quem é que vai ter ganas para apontar o dedo aos vícios institucionais e a conivências, aos responsáveis em primeira instância pelo atraso do país? Para quê criar mais um pacote de medidas contra a corrupção se os corruptos e os corrompidos continuam impunes? Não sou fanático por futebol mas revoltou-me o que ouvi no youtube relativamente às escutas do processo apito dourado. Revolta-me porque quem trabalha honestamente é obrigado a pagar Aparentes Peças Teatrais em que tais personalidades escapam impunes às malhas da justiça,  independentemente dos indícios recolhidos. E querem falar de produtividade? Claro que não pode haver produtividade se os dinheiros públicos (decorrentes da produtividade do país) estiverem constantemente a ser reconduzidos para a renovação das frotas de carros dos organismos públicos (repararam nos "outros negócios"? eh eh eh), ou para a aquisição por quantias astronómicas de viaturas topo de gama desactualizadas (pechinchas, não?), entre outros escândalos que volta e meia vêm a público!
Ora, como os exemplos deveriam vir de cima e, antes de pensar na competitividade, porque não reduzir o número de empresas detidas parcialmente pelo Estado? Quantas dão lucro? Cortar o número gestores públicos de topo na função pública (apontar primeiro aos que têm direitos a regalias)? E que tal ajustar os salários de personalidades pagas pelo Estado português à nossa realidade (ainda que questione a autenticidade dos números, não deixo de me inquietar quando observo que o salário médio em Portugal chega a ser inferior aos 900€ )? ....

Margarida Corrêa de Aguiar n'A Quarta República fala de vistas curtas, referindo-se ao problema de atribuição dos processos de classificação pelo IGESPAR.
Ora, parece que houve um senhor doutor engenheiro que, motivado pela preguiça causada pela nova cadeira que é mais cómoda que a anterior, arranjou caminho para fazer aprovar um tal decreto-lei que de uma assentada lança para o lixo um monte de papelada incómoda que já há duas décadas e meia por ali andam a apanhar pó. Ora isto resolve o seguinte, primeiro arranja-se espaço para os novos processos e depois, até se pode gabar que  finalmente o seu instituto está a trabalhar de forma eficaz (fruto da gestão do senhor doutor engenheiro, claro está. Ora digam lá se ele não merecia um Nobel?).  Palavras-chave? Desempenho e Competitividade- até parece de propósito para os outros desafios!

E por agora é tudo,  porque amanhã tenho de me mostrar produtivo quando estiver a trabalhar. Boa noite.

1 comentário:

Ferreira, M.S. disse...

Excelente entrevista a Henrique Neto para ler no Público Online.

http://economia.publico.pt/Noticia/austeridade-nao-toca-na-gordura-do-estado-e-nos-interesses-da-oligarquia_1459311