20/03/2010

Insónia

Deitado de barriga para o ar, suspirando anéis de fumo, observo o tempo passar a conta-gotas: tanta insónia deixa que outro cigarro arda lentamente.
Fixo o olhar no relógio de parede que parou há exactamente seis horas, trinta e um minutos e dezasseis segundos de há não sei quantos dias, meses ou anos. Ouço os primeiros carros da manhã passando como d'habitude um após o outro, caracteristicamente na mesma sequência rotineira e os melros que se levantam em bandos fugidios...
Saio à rua para espairecer - o ar fresco da manhã desperta o apetite - páro na primeira pastelaria para beber um café... Enquanto o aroma da primeira bica se apodera dos meus sentidos, sinto finalmente que estou pronto para mais uma viagem. Faço-me à estrada.

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