13/03/2010
Cidade da Amargura
Ponto atrás de ponto, linha que se corta, palavra que descreve o sangue que escorre, o dedo sem dedal, o "ai" que me piquei e a vergonha de ser costureira aos dias de semana quando aos domingos lhe perguntam se já encontrou trabalho. Não, prefere dizer, estou à procura de lugar para secretária num qualquer escritório desta cidade, ainda que sabendo que irá ganhar muito menos e trabalhar muito mais, tem por esperança poder "subir" na escala de valores dessa sociedade que a rodeia... ser secretária, um sonho que esperança alcançar embora o patamar que anseia por subir seja ainda tão alto - afinal quem irá empregar essa rapariga de parcas habilitações, cuja única escola foi aquela que a levou às ruas da amargura? Amargura... essa cidade sem escritórios, mas plena de costureiras que ao fim de semana anseiam por uma nova vida...
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