17/10/2017

Perdeu-se repórter

Parece que desde ontem anda por aí um partido político da oposição à procura de um repórter desaparecido, depois de este ter visto os seus intentos falhados... ok, estava a brincar.

Ontem enquanto via um pouco de televisão, observei alguns repórteres incumbidos de questionar a ministra da administração interna enquanto perguntavam a salivar agoniadamente à ministra se esta não iria colocar o seu cargo à disposição...  à falta de sangue e falhados os seus intentos com a resposta clara e directa da visada, pergunto se os próprios repórteres não desejam eles mesmo afastar-se do cargo que ocupam, dando a sua vez a indivíduos com capacidades mais isentas.

De propósito estou a referir-me a estes indivíduos como repórteres e não como jornalistas. Não creio um jornalista fizesse este tipo de reportagem / entrevista em directo. Faltou-lhe muita isenção e claridade de raciocínio quando questionou a ministra. Em vez disso apegou-se ao folclore político da direita que em vez de contribuir com soluções, parecem determinados em deitar mais gasolina para o quintal, num caso em que, se fossem eles ali, estariam na mesma situação.

A senhora Ministra da Administração Interna não podia apagar os mais de quinhentos e tal fogos que propagaram em todo o país no Domingo. Nem esta ministra, nem qualquer ministro de qualquer governo que exista ou existiu. Porquê? Simples.

Foram décadas de desinvestimento no sector primário das florestas, na prevenção, no ordenamento do território e nos meios disponíveis. Isto pode não ter sido corrigido ainda por este governo mas acontece muito por culpa de todos os outros anteriores - incluindo os do PSD, PP (e da então ministra da fé que esperava que chovesse) e também outros anteriores do PS. Além disso não se pode ignorar que ao longo das últimas décadas a protecção civil parece ter sido continuamente disposta de acordo com os interesses políticos instalados. Hoje vê-se o resultado.

E com um simples raciocínio destes, o dito repórter poderia ter-se calado ou ter colocado a questão de outra forma.

Pessoalmente sinto que a Ministra da Administração Interna está a cumprir o seu papel e faz bem em não baixar os braços. Os direitolas que a querem ver de lá para fora deveriam hoje estar a estudar a história do Portugal contemporâneo para entenderem finalmente que há mais de trinta anos que os interesses dos partidos que defenderam foram sempre outros e não o do desenvolvimento do país. 

Curiosamente há quem se preocupe muito principalmente a título voluntário com Portugal. O meu reconhecimento a todas as associações de bombeiros.

Já agora, leia-se o que Paulo Fernandes tem a dizer.

E parece que o repórter não se perdeu, nem ninguém anda à procura dele...

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