Por vós, Senhora,
O dia nasce e amanhece,
A chuva cai e a erva cresce,
Lentamente na sua demora.
Por vós, Senhora,
Raia o sol e entardece,
Viça a flôr e o fruto amadurece,
Lentamente na sua demora.
Para vós, Senhora,
não é o mundo que entardece,
mas o que está à sua volta.
Ao passar de cada hora
O sol que a ilumina arrefece
E a luz minga e apodrece...
Não, Senhora,
Não é o diabo que anda à solta,
é o sonho que esquece...
Sim, Senhora,
São os anos a passar.
Diga? Para falar mais alto?
Também eu já mal a ouço gritar..
O quê? Quer ir dançar?
Mas, Senhora, já mal se levanta!
Coitada, o que diz não me espanta.
Quer reviver o passado
Que a viu passar a ela,
quando o dia era iluminado
E o sonho aguarela...
Quer dormir, Senhora?
Eu aconchego a almofada.
Durma bem, durma descansada!
Eu estarei aqui fora!
Eu estarei aqui fora!
Obrigado, Senhora,
Pelo carinho, pela alegria
Por tudo quanto fez neste dia
Que anoitece agora!
Adeus, Senhora!
Vejo que chegou o fim...
Eu só queria dizer
Que gostei muito de viver
Consigo ao pé de mim!
Talvez, Senhora,
Um dia a volte a encontrar!
Até lá...
4 comentários:
Caro Ferreira
Divinal!!! Palavras muito actuais.
Abraço
Olá Flor de Jasmim,
Pessoalmente, considero este o poema de uma vida, o espelho de uma vida a dois, o retrato de um amor.
Obrigado por gostar também.
Um abraço
Do blogue do Rodrigo passe por aqui.
Gostei do que li e voltarei sempre que o tempo me abrir espaço.
Este Sol que entardece
Nem sei se é canto ou se é manto que nos obriga a procurar e a lutar sempre mais e mais.
Caro Luis Coelho,
É um prazer recebê-lo e aos seus comentários - seja bem-vindo!
Pois, com bem reparou, o dia espelha a luz de acordo com as horas que vão passando - e só o manto da noite, ou da morte, poderá calar aquela vida que adormece nos braços da Perseverança.
Um abraço e volte sempre!
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