07/07/2011

O Português no Mundo


O Português foi sem dúvida a língua de Camões, Almeida Garrett,  Eça de Queirós, de Fernando Pessoa, de Florbela Espanca, de Sophia de Mello Breyner e de tantas, tantas outras centenas de nomes que marcaram a prosa e a poesia portuguesa ao longo da nosa História. 

A língua portuguesa tem, de acordo com a Wikipedia, cerca de duzentos e setenta e dois milhões e novecentos mil falantes, é a língua oficial de oito países e a quinta mais falada no mundo. Os números poderão não ser exactos mas serão suficientes para dar uma ideia da sua grandeza.  

Dúvidas? Não. Mais detalhes. 


A imagem acima, gentilmente cedida por João Roque Dias  (também aqui),  revela o  óbvio:

O Acordo Ortográfico de 1990 vem destruir o legado de séculos de ligação ao português de Portugal (apesar da redundância, gosto da expressão) em sete dos oito países falantes desta língua, tida como a sua língua oficial! 

O Acordo Ortográfico - a mentira! - não vai unificar nada e em nada o português destes países! Porquê? Porque não dá!
Cada um tem um percurso histórico diferente, influências culturais muito distintas e por muito que se queira, a fonética não poderá em caso algum ser a desculpa para destruir nove séculos de História. 

Numa coisa dou razão aos defensores do AO90. Não vale a pena ser purista da língua, uma vez que esta está em constante mudança. Sim, isso é verdade. Mas uma língua deve evoluir naturalmente e essa mutação deve-se basear sobretudo num uso comum aceite pela comunidade falante. É aí que o AO90 falha: os portugueses não escrevem como falam porque existem normas que sustentam a escrita.

Por exemplo, não se escreve “muinto” apesar da nasalidade incutida à palavra.  

Tal revela que a imposição  de regras arbitrárias pelo AO90 vai falhar desde logo porque (primeiro) essas mesmas regras não advêm de um uso generalizado da escrita e (segundo) porque as únicas pessoas que escrevem assim, ou não estudaram originalmente em Portugal nem certamente num dos sete países onde o português de Portugal é a língua oficial ou então se estudaram, não devem certamente ter passado da quarta classe (ou pagaram para passar).
Ficheiro:Camoes-salvando-os-lusiadas-a-nado.jpg


Admito que não sei nadar e o facto é por si mesmo arrepiante quando penso que estou, como muitos cidadãos deste país, a lutar para permanecer à tona da água e não deixar assim que a mais valiosa obra da nossa Pátria se afunde: a língua Portuguesa.  

 












4 comentários:

Paulo Ramos59 disse...

Totalmente de acordo. Também eu procuro nadar contra a corrente que lançaram contra nós sem sequer nos pedirem opinião num assunto de importância nacional.

folha seca disse...

Caro Ferreira
Confesso que esta questão do acordo ortográfico nunca mereceu muito a minha atenção. Talvez como outros artifícios aparvalhados que nos foram impondo ao longo dos tempos e agora que somos obrigados a suportar, acabamos por perceber. Já subscrevi um post seu sobre o tema. Hoje, não só subscrevo como lhe agradeço os esclarecimentos que nos deixou.
Abraço

Ferreira, M.S. disse...

Pois é Paulo, a única solução é continuar a lutar contra esta corrente...
Um abraço e bem vindo ao meu blogue!
Ferreira

Ferreira, M.S. disse...

Caro Folha Seca
Pois, sou eu, enfim, que agradeço pela visita.
Os vários governos têm vindo a tentar passar mais esta tramóia por baixo do tapete mas o facto é que não há ponta por onde se lhe pegue.

Caso tenha interesse em saber um pouco mais sobre esta matéria, se me permite, pode ir visitando a biblioteca do (des) acordo ortográfico que tão bem cuidada é por João Roque Dias (primeiro link do meu texto).

Lá encontrará - entre textos mais técnicos - alguns artigos de opinião que têm vindo a ser publicados por diversas personalidades e que expõem de uma forma simples os vários problemas- erros grosseiros de concepção - deste acordo. Fica a sugestão.

Um abraço e volte sempre!
Ferreira