03/06/2011

Eleições à vista

Estava eu hoje a fazer zapping pela televisão que temos - a Oeste nada de novo - quando, entre um momento informativo sobre a campanha de um partido à direita e de outro partido à direita do anterior, passou um reclame a um programa em que aparece um senhor bonacheirão a apresentar um concurso com perguntas de cultura geral. 
Portugueses escolhem o próximo Governo este domingo.
E vai daí comecei eu a pensar com os meus botões na quanta falta tal nos faz. Não, não me refiro ao senhor bonacheirão que nos põe um sorriso na boca e, se bem que a cultura geral faz falta a todos, até aos deputados que aprovaram um dito acordo ortográfico sem se inteirarem completamente da informação disponível (até me pergunto se leram alguma coisa), não foi isso que me assaltou.É que cheguei à conclusão que falta um quadradinho no boletim de voto. Em vez de um partido, esse quadradinho seria um cartão vermelho aos actores políticos - uma espécie de "Quem Quer Ser Milionário Alta Pressão" - em que se mandariam estes candidatos para casa para deixar entrar outros concorrentes. Sim, porque destes já Portugal está farto. O mais curioso é que existe mais de uma dezena de opções políticas (por exemplo, 16 pelo círculo eleitoral de Lisboa, 17 pelo do Porto) que procuram ter capacidade de decisão no destino do país. Mas acontece que apenas quatro ou cinco partidos políticos têm máquinas de campanha oleadas e continuamente a rodar...

Por falar nisso já pensaram bem que, depois de um período de pré-campanha cheio de actividades em que se pensava que se iria debater problemas, discutir propostas etc, e em que afinal nada se viu, chegou um período "Oficial" de campanha do género playback preenchido com sondagens fabricadas ao desejo dos grupos que as encomendam- ou seja, mais do mesmo. Finalmente, depois das 23:59:59 de hoje acabará o martírio para que todos possamos reflectir... Por um dia vamos ter tréguas (espera-se). 
Agora o que me faz cócegas na inteligência, é quem é que vai ter pachorra para aturar o período de pós campanha, seja lá quem for o senhor que se segue: sondagens à boca das urnas, comentadores de chinelo, gráficos e estatísticas, previsões para a formação do próximo Governo, informação em primeira mão, directos a partir das principais sedes de partido, o efeito da cor do papel higiénico das casas de banho públicas na escolha do voto, etc. e tal, ... isto é aterrador. E o day after? Nem quero pensar nisso...   É melhor ir dormir para não aumentar o stresse... 


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