21/02/2010

Estória de Embalar

Plo nascer da alvura
assobiando aos cães pla calada
descendo ao monte pla frescura
de Imagem à cintura
João, fazia-se à estrada

Tinha alma de poeta, mas era caçador
E contava, como gostava, sem pudor:
Ainda outro dia,
mal a alvorada tinha despertado,
pum! pum! dois tiros, de Invocação
Ò Sorte! Foi logo uma Comparação!

Qual Anástrofe, quais quês?
Campo adentro, campo fora,
carregava novamente na espingarda
as palavras que apontava aos versos,
ao longe, no prado, dispersos
e sem nem mais nem porquês
disparava: Pum! Pum! outra vez!
Era mais uma Onomatopeia,
que longe da alcateia,
fugia da Metáfora parda!

Gabava-se ainda com safadez,
que só de uma assentada,
sem esforço algum matava três
e com plena arte, com pleno estilo,
de copo erguido, garrafa na mão
Qual hipérbole ou comparação,
era Antítese pra vender ao quilo!

Ah João, João,
Ardesse na garganta o guisado
Bebias água e não abafado!

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