26/05/2015

Fim de dia...

Um cubo de gelo,
redondo,
em silêncio
engana o refresco
de uma árida neblina

Há uma gota de solidão
dançando consigo própria,
para aliviar a mordaça
do calor...

No limite do nevoeiro
há uma floresta densa
uma fronteira
com a chuva que não passa
a nuvem que não pinga
e uma voz de suão
declamando
um poema que não vinga...

excêntrica abstracção:
o calor, o ar,
o entardecer
e eu,
lânguido espectador
de um pôr-do-sol
que se arrasta
ao longe sem mim,
a ver...

As luzes começam a acender
finalmente
e a noite
é agora uma canção
que vagueia cadente
como as estrelas...

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