18/09/2011

Treinador de bancada

Depois de semanas a ouvir políticos, economistas, intelectuais, taxistas, padeiros, peixeiras, engraxadores de rua e quantos mais não sei por aí a falar da crise, do Euro, da Europa, do arrombo que Portugal, Grécia, Espanha, Itália, Irlanda e que mais de uma outra vintena de países levam, acho que me sinto cada vez mais esclarecido sobre o que não se deve fazer numa altura destas: cruzar os braços e esperar que quem vem atrás feche a porta. Ora eu, qual iluminado mal amanhado, eu posso ter opinião?  Quer dizer, poder, posso, mas não devia botá-la cá para fora porque fica mal uma vez que eu não sou engraxador de rua, peixeiro, padeiro, taxista, economista, político ou intelectual... Ah! Que se lixe, sou português e treinador de bancada, como outros noventa por cento dos apreciadores de futebol em Portugal e dos outros noventa e nove por cento dos analfabetos políticos. Ora então, cá vai:

De facto a Europa está a reagir melhor que outras potências face a esta crise - poucas dúvidas tenho que estejamos pior que os Estados Unidos por exemplo, que estão hiper-dependentes da China, qual  toxicodependente de heroína. Prova disso é ver o Euro, aí, aparentemente a vender saúde conquanto, de alicerces a abanar...

Mas se queremos continuar sentados a jogar póquer com os EUA, com a China e com a Rússia ou com a Índia, então temos que melhorar os sinais primeiro com os nossos parceiros Europeus. Temos de jogar em conjunto.

Mas, perguntam-me, está na altura de lhes abrir o jogo? Isso vai claramente contra as negociatas de ocasião... Isso obrigaria a mudar muita coisa na Grécia, em Portugal e nos outros vinte e cinco em termos de transparência... Eu sei, mas aparentemente o caminho que estamos a seguir também não se perfila como solução.

Ontem ouvi um comentador atacar a moeda única e a União Europeia, talvez com alguma razão. Ao longo dos últimos nove anos o Euro apareceu pequenino frente ao Dolar, a referência monetária mundial, encontrando pouco depois a paridade e, de seguida, a ascensão. Está certo que nem todos os efeitos deste processo foram justos para os cidadãos Europeus, bem como ficou provado que nem tudo funciona perfeitamente. Mas, admitamos, certas falhas só podem ser detectadas se houver evolução. E houve-a, para o bem e para o mal.  

Agora, será necessário agir rapidamente mantendo os pés bem assentes na terra porque senão cai a Grécia, cai a Itália, cai Portugal, cai a Espanha, a Irlanda e todos os outros atrás- mais depressa que peças de dominó empilhadas. Senhores políticos, ouvem? Tic, tac, tic, tac... é o tempo a passar! Mexam-se!

Pronto já está - não trouxe nada de novo mas expressei a minha inócua opinião...

1 comentário:

Flor de Jasmim disse...

Caro Ferreira
"Posso mas fica mal". Tal como eu me sinto.
Abraço bom Domingo